Entender e se adaptar à cultura local são os principais diferenciais para o sucesso fora do país de origem
Escrito por Mercado&ConsumoLabs
Em mais uma das grandes discussões da NRF Retails Big Show 2023, um dos principais eventos de varejo do mundo, em Nova York, Eduardo Yamashita, diretor de operações da Gouvêa Ecosystem, recebeu Valerie de Charett, VP internacional digital da American Eagle, e César de Vicente, diretor global de varejo da Mango, ambas gigantes de roupas e acessórios. A pauta? Os segredos da expansão fora do país de origem.
“Nossa história começou como um sonho do nosso fundador em Barcelona, em 1984. Oito anos depois chegamos a Portugal. E continuamos, desde então, essa expansão. Queremos ter pelo menos uma loja em cada cidade do mundo”, revela Vicente.
E quais são os segredos para conquistar novos mercados pelo mundo afora? A VP internacional digital da American Eagle garante que o trabalho é grande, mas que com uma estrutura preparada é completamente possível.
“Temos muitos processos e diretrizes para tornar essa expansão mundial um pouco mais fácil, mas eles devem de ser seguidos à risca por quem quer entrar com a gente no jogo, seja como franqueado ou como parceiro. Precisamos respeitar, sim, a cultura local e aprender muito com ela. Mas temos que manter nossas diretrizes firmes para o sucesso da operação”, garante Valerie.
Adaptação cultural
Manter as regras da operação original para garantir o nível de serviço em todos os sentidos é um dos segredos para uma expansão de sucesso. Entender e se adaptar à cultura local também é fundamental.
“Temos que compreender o mercado e as necessidades do consumidor daquele país. Ter uma equipe local de qualidade e alinhada com nossos valores é fundamental. Ajuda, inclusive, na adaptação dos produtos e dos preços. Queremos contar a mesma história, mas em um ambiente diferente”, revela Vicente.
“A American Eagle tem um modelo de negócios muito conhecido nos EUA. Estamos muito voltados para o consumidor. Mas na expansão temos que ter uma maleabilidade e entender o que o mercado local precisa. O que esse novo mercado quer. Então, é fundamental termos a mente aberta”, afirma Valerie.
Ajuda digital
Um bom começo para as expansões internacionais é investir na parte digital – apenas com a chegada da cadeia de distribuição, mas ainda sem as lojas físicas. Com isso, a empresa consegue se adiantar e já ter uma boa compreensão do mercado local.
“Em 2000, fomos a primeira empresa europeia a ter um canal digital. Ele acabou nos dando nos anos seguintes uma vantagem competitiva no relacionamento com parceiros. Em Israel, por exemplo, operamos como Fox, não como Mango. Conseguimos entrar com o digital e depois criamos lojas físicas. E a sequência é fazer a conexão entre as lojas e o consumidor local buscando uma experiência singular”, revela Vicente
Desafios e oportunidades
Finalizando o bate-papo, as duas empresas falaram um pouco sobre o passado e o que vem pela frente no contínuo plano de expansão. “Temos muitos aprendizados desde que começamos a espalhar a Mango pelo mundo. O maior deles é investir na equipe local certa. Ir atrás dos talentos locais. O varejo é um negócio de pessoas servindo pessoas para viverem uma experiência única e singular. Não adianta tentar fazer um ‘copia e cola’. Cada lugar tem suas particularidades”, afirma Vicente.
“E daqui para frente, além de respeitar e ouvir a cultura local, temos que seguir focando no resultado e filtrando todo tipo de oportunidade que apareça pelo caminho. Locais diferentes geram oportunidades diferentes”, finaliza Valerie.
A Capgemini pode ajudar a sua empresa a lidar com essas questões de maneira estratégica a fim de reduzir a distância entre a operação física e digital nesse momento de evolução do varejo rumo ao futuro. Vamos juntos nessa jornada?
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