Marvin Ellison, CEO da Lowe’s, focou em sair da mesmice e por transformar a empresa
Escrito por Mercado&ConsumoLabs
Os impactos das lideranças visionárias no presente e futuro das empresas foi tema de debate durante palestra na NRF Retails Big Show 2023, um dos principais eventos de varejo do mundo, que acontece em Nova York, até terça-feira, 17 de janeiro. A discussão contou com a participação de Matthew Shay, presidente e CEO da National Retail Federation (NRF), e de Marvin Ellison, CEO da Lowe’s, rede de varejo para reforma, construção e decoração, com mais de 1.800 lojas nos EUA, Canadá e México.
Eleito visionário do ano pela NRF, Ellison tem chamado a atenção por sua liderança e suas estratégias ousadas no comando da companhia. Foi com Ellison que o projeto de transformação da Lowe’s começou, em 2018.
“Entrei pra Lowe’s em 2018. Foi uma reviravolta. Tínhamos um bom balancete, mas estávamos em um tipo de mesmice. Precisávamos alcançar nossos concorrentes. Então, eu trouxe muita gente nova e fizemos algumas mudanças profundas. Tínhamos que dar um passo atrás e voltar à base do que é o varejo”, lembra Ellison.
A estratégia focou em transformar a rede em uma varejista omnichannel reconhecida globalmente.
“Em 2018, já era hora de ter um site para distribuir nossos produtos. Quando chegou a Black Friday daquele ano, encontramos muitos problemas pelo grande número de acessos. Tivemos que nos reinventar e colocar tudo na nuvem. Isso acabou sendo bom, porque quando chegou a pandemia, já estávamos preparados”, revela. Entre os investimentos feitos estão a construção de um aplicativo e a criação de uma ferramenta apelidada de “Lowe’s for Pros JobSIGHT”, que permitiu que os profissionais visitassem virtualmente os clientes durante a pandemia.
Investir em pessoas
Uma das metas da estratégia empregada pelo CEO foi a de mudar a percepção dos colaboradores sobre a companhia e torná-la um lugar em que todos queiram trabalhar.
“Eu acredito que a vantagem competitiva essencial de um varejista está nas suas lojas físicas e nas suas pessoas. Queremos criar uma empresa que realmente assuma as rédeas. Com critérios para selecionar a equipe de gestão. Os líderes. Nós somos muito transparentes. Eu desafio qualquer um na minha empresa a dar o exemplo de alguém que é promovido sem trabalho e talento. Nós não somos perfeitos, mas tenho uma paixão muito grande pelas diretrizes que criamos”, revela Ellison.
Muito da preocupação com as pessoas vem da própria experiência de vida de Ellison. “Eu cresci em uma cidadezinha do sul em uma família de sete. Naquele momento, não conseguia enxergar nenhuma perspectiva de sucesso. Meu pai não terminou o ensino médio e minha mãe era empregada doméstica. Mas eles acreditaram em mim. Muitas vezes, eu era o único negro nos lugares e precisava me encaixar. Para isso, precisei me destacar. Tinha que ser a melhor versão de mim mesmo. Quando você é sua melhor versão tem uma capacidade muito grande de tomar decisões”, lembra.
Mas para atingir um alto nível de liderança, algumas condições são necessárias. E a Lowe’s faz questão de olhar com muito cuidado para isso.
“Criamos uma equipe muito diversificada, com 50% de mulheres e negros. É preciso olhar para essas questões. Apoiamos os jovens que não querem fazer uma faculdade, com cursos técnicos. Temos o compromisso de em cinco anos investirmos em melhorias nas comunidades em que as lojas da Lowe’s estão instaladas, melhorando, assim, a vida de quem trabalha e vive nesses centros”, afirma Ellison.
Perspectivas para o ano
Finalizando a conversa com Matthew Shay, o executivo falou sobre as perspectivas para 2023. Apesar da alta da inflação nos EUA, Ellison não está preocupado com a performance da Lowe’s para este ano.
“Essa temporada lembrou a época de pré-pandemia. Tivemos muita gente comprando as decorações de Natal antes. E agora temos muita gente comprando nossos produtos ‘faça você mesmo’ e se preparando para a primavera. Estamos adotando uma nova estratégia incentivando as pessoas a fazerem pequenas melhorias em suas casas e não nos procurarem apenas no momento da construção”, revela Ellison, que finaliza: “Diferentemente do que muita gente pensa, os meses de maior volume para nós são abril e maio, e não novembro e dezembro. Apesar da preocupação geral, não acho que viveremos uma grande recessão neste ano”.
A Capgemini pode ajudar a sua empresa a lidar com essas questões de maneira estratégica a fim de reduzir a distância entre a operação física e digital nesse momento de evolução do varejo rumo ao futuro. Vamos juntos nessa jornada?
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